Basta andar por Brasília, pra ver a marca de beleza, talento e sensibilidade que ele deixou pra nós...
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quinta-feira, 31 de julho de 2008
Athos Bulcão - 2/jul/1918 - 31/jul/2008
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Receita pra lavar palavra suja
Mergulhar a palavra suja em água sanitária.
Depois de dois dias de molho, quarar ao sol do meio dia.
Algumas palavras quando alvejadas ao sol
adquirem consistência de certeza. Por exemplo a palavra vida.
Existem outras, e a palavra amor é uma delas,
que são muito encardidas pelo uso, o que recomenda esfregar
e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em água corrente.
São poucas as que resistem a esses cuidados, mas existem aquelas.
Dizem que limão e sal tira sujeira difícil, mas nada.
Toda tentativa de lavar a piedade foi sempre em vão.
Agora nunca vi palavra tão suja como perda.
Perda e morte na medida em que são alvejadas
soltam um líquido corrosivo, que atende pelo nome de amargura,
que é capaz de esvaziar o vigor da língua.
O aconselhado nesse caso é mantê-las sempre de molho
em um amaciante de boa qualidade. Agora, se o que você quer
é somente aliviar as palavras do uso diário, pode usar simplesmente
sabão em pó e máquina de lavar.
O perigo neste caso é misturar palavras que mancham
no contato umas com as outras. Culpa, por exemplo,
a culpa mancha tudo que encontra e deve ser sempre alvejada sozinha.
Outra mistura pouco aconselhada é amizade e desejo, já que desejo,
sendo uma palavra intensa, quase agressiva, pode,
o que não é inevitável, esgarçar a força delicada da palavra amizade.
Já a palavra força cai bem em qualquer mistura.
Outro cuidado importante é não lavar demais as palavras
sob o risco de perderem o sentido.
A sujeirinha cotidiana, quando não é excessiva,
produz uma oleosidade que dá vigor aos sons.
Muito importante na arte de lavar palavras
é saber reconhecer uma palavra limpa.
Conviva com a palavra durante alguns dias.
Deixe que se misture em seus gestos, que passeie
pela expressão dos seus sentidos. À noite, permita que se deite,
não a seu lado mas sobre seu corpo.
Enquanto você dorme, a palavra, plantada em sua carne,
prolifera em toda sua possibilidade.
Se puder suportar essa convivência até não mais
perceber a presença dela,
então você tem uma palavra limpa.
Uma palavra limpa é uma palavra possível.
***
Boa segunda, queridos todos!
sexta-feira, 4 de julho de 2008
A lógica dos alimentos
Meu filho caçula chega em casa com uma folhinha de papel, me entrega e, subitamente, o dever de casa dele torna-se meu. A professora quer saber o que ele acha das aulas de culinária, mas quem tem que responder sou eu.
Mau começo a perguntar e ele fica muito animado falando do assunto. Diz que as aulas eram “muito legais, maneiríssimas, massa pra caramba” e desfia o longo repertório pra dizer que ele gosta muito de aprender a cozinhar.
Tive que usar um pouco mais de habilidade pra tirar dele os porquês. Mas, como era de se esperar, ele logo tasca uma frase inesperada: “- mãe, o que eu mais gostei dessa aula, é que eu descobri a lógica dos alimentos.”
Eu: - Lógica dos alimentos, como assim, meu amor?
Caio – Ué, mãe, eu não sabia como se faziam as coisas. Tá sempre tudo na mesa e eu achava que algumas coisas já nasciam prontas, daquele jeito que elas são quando a gente come. E não é assim. Você sabe, né?
Eu: - ...Ah é. Sei, sei... claro. Mas o que era que você pensava que já tinha nascido assim? Dá um exemplo.
Caio: - Por exemplo, o croquete!
Eu: - Como assim o croquete?
Caio: Sei lá. Eu achava que tinha um pé ou um bicho que botava o croquete, daquele jeitinho, já pronto.
E caímos os dois na risada.
***
Amadas,
eu ando longe de vocês, mas ainda mais saudosa do que nunca!
Não tenho conseguido entrar no gmail nem pra ver se tem alguma coisa urgente.
Mas se tudo der certo, eu serei a mais nova possuidora desse bichin fofolétimo:
http://www.reda-ek.com/blog/wp-content/uploads/2007/11/asus_eee.jpg
E ai, "que solidão que nada!"
***
Ando terrivelmente sem tempo e meu corpo já se ressente da correria. Garganta arranhando, olhos pesados. Nas últimas noites dormi muito pouco e muito mal...ou por muito trabalho real ou por muita função cerebral, sabe como?
Um saco a segunda opção! Ô coisa sem utilidade, sô!
Tô numa canseira muito louca da pesada*, ó
Críticoooo!
terça-feira, 1 de julho de 2008
Tão faltando...
(Betinho)
"É preciso sobreviver para atingir a idade da realização, para ser feliz.
Não vale sair antes do jogo terminar."
(Tom Jobim)
cultivando algumas pessoas".
(Drummond)
(Fernando Pessoa)
(Nelson Rodrigues)