Eu e você. Como num filme... a câmera fica ligada, continuamente, sem pausas. Até na alta madrugada. Filma, filma tudo, sem cortes ou edições. Câmeras em panorâmica e muitos closes.
O corpo que corre, no dia; rola, suspira e sussurra, envolto no edredom. Um ronca, o outro fala dormindo. E sonhamos. Escoltados.
Nada passa despercebido. Chega a ser incômodo. Tanta atenção, tanto detalhe, tanto enredo. Tanta gente que entra e sai, da casa, da vida, do pensamento. E tudo está lá, fielmente registrado. Incomodamente, mas orgulhosamente registrado. Mas é também lindo, esse nosso roteiro em versos.
Tantas vezes viramos um pastelão. Idiotas, bestalhões. Só que a maior parte do tempo somos muito práticos, organizados, retilíneos, fáceis, sem deixarmos de lado o questionamento (essa coisa que rouba um tempo precioso dos afazeres... e estreita o coração). Uma dúvida bissexta ali, com alguma pergunta cruel que ecoa, no fundo.
Nosso tempo é quase todo de ação, de resoluções, coisas pra fazer. A cabeça corre doida, atrás dos acontecimentos. E muito se fala, muito se ouve, às vezes se chora de soluçar. Mas é raro. Porque tem muito riso, todo dia. Ta lá gravado. Às vezes há gritos irados, viscerais. Há vontades gêmeas de esgoelar, de torcer o pescoço de um, de esbofetear outro.
Mas há, mais que tudo, uma enraizada força que leva minhas mãos aos seus cabelos e encaminha docemente sua cabeça pro meu colo, antes de dormir (porque só no seu calor eu posso dormir e sonhar). E tem um imã poderoso que doma o meu olhar férreo, quando você entra em cena. E eu me comovo. Sempre. Pro bem e pro mal.
E eu sei ver quando o verde escuro dos seus olhos se ilumina amarelo de raiva, de doçura, tristeza ou encantamento. Sinto a sua respiração parar, quando eu chego da rua e te olho, morta de cansaço, quase implorando por banho, comida e colo. E suspiramos juntos. No mesmo compasso.
E há nosso acordo tácito de fiel silêncio (e nenhum de nós chegou a falar ou furar o dedo) - com um risinho parceiro e um brilhinho discreto - dos segredos, das canções, dos passa-mal, dos versos, das vergonhas, dos vexames, dos ataques de riso, dos chororôs, dos projetos, das fúrias e das entregas, da bobeira, dos sublimes, das infantilidades, desse amor cotidiano feito em atos
E já que a gente pede desculpa sempre e por tudo, me perdoa se eu não digo com a boca, o que eu falo e faço todo dia, o tempo todo, há dez natais: é você, meu amor!
Nada passa despercebido. Chega a ser incômodo. Tanta atenção, tanto detalhe, tanto enredo. Tanta gente que entra e sai, da casa, da vida, do pensamento. E tudo está lá, fielmente registrado. Incomodamente, mas orgulhosamente registrado. Mas é também lindo, esse nosso roteiro em versos.
Tantas vezes viramos um pastelão. Idiotas, bestalhões. Só que a maior parte do tempo somos muito práticos, organizados, retilíneos, fáceis, sem deixarmos de lado o questionamento (essa coisa que rouba um tempo precioso dos afazeres... e estreita o coração). Uma dúvida bissexta ali, com alguma pergunta cruel que ecoa, no fundo.
Nosso tempo é quase todo de ação, de resoluções, coisas pra fazer. A cabeça corre doida, atrás dos acontecimentos. E muito se fala, muito se ouve, às vezes se chora de soluçar. Mas é raro. Porque tem muito riso, todo dia. Ta lá gravado. Às vezes há gritos irados, viscerais. Há vontades gêmeas de esgoelar, de torcer o pescoço de um, de esbofetear outro.
Mas há, mais que tudo, uma enraizada força que leva minhas mãos aos seus cabelos e encaminha docemente sua cabeça pro meu colo, antes de dormir (porque só no seu calor eu posso dormir e sonhar). E tem um imã poderoso que doma o meu olhar férreo, quando você entra em cena. E eu me comovo. Sempre. Pro bem e pro mal.
E eu sei ver quando o verde escuro dos seus olhos se ilumina amarelo de raiva, de doçura, tristeza ou encantamento. Sinto a sua respiração parar, quando eu chego da rua e te olho, morta de cansaço, quase implorando por banho, comida e colo. E suspiramos juntos. No mesmo compasso.
E há nosso acordo tácito de fiel silêncio (e nenhum de nós chegou a falar ou furar o dedo) - com um risinho parceiro e um brilhinho discreto - dos segredos, das canções, dos passa-mal, dos versos, das vergonhas, dos vexames, dos ataques de riso, dos chororôs, dos projetos, das fúrias e das entregas, da bobeira, dos sublimes, das infantilidades, desse amor cotidiano feito em atos
E já que a gente pede desculpa sempre e por tudo, me perdoa se eu não digo com a boca, o que eu falo e faço todo dia, o tempo todo, há dez natais: é você, meu amor!
E esse é um dos seus presentes de Natal.
8 comentários:
Que lindo, dona fofa! Que pelsente maisi fofolildo plo malido! :D
rsrsrsrs
Não, é sério... Enredo perfeito, ritmo idem, história então... é o que não falta pra contar. 10 anos!? E que venham mais 10 pra vocês então, uai, vezes 10 elevado à 10ª!
beijos beijos beijos
Anita Garibaldi ;)
www.mineirasuai.blogspot.com
belinha, que lindo seu depoimento, saiu lá do fundo ...
buscou no cotidiano o ato de amor, de amar ...
mui belo, dorei
bj
Emocionei. Acho tão lindo, tão redentor, tão esperançoso ver um amor desses existir, assim real e de viés, sem glitter e filtro rosa, mas com brilho e paixão. Deus abençõe e conserve. Beijos, minha querida.
uuuuhhhhh baby!!!!
Isso linda, curta sua vida a dois! Beijos!!!!
Ooooooohhhh lailai.....
Do fundo hein???
Beijos, amo vc e saudadonas sem fim
Belinha, que lindos vcs dois.
E mais as duas crias.
Beijos muitos, saudades, um fim de ano arretado aí nessa cidade que deixei e que ainda não me faz falta.
Te amo!
ah, garata.... amarradinho do começo ao fim!
Adorei!
Feliz Natal pra você.
e olha:
tem novidade no Falópio e nas Descontroladas.
Apareça!
Um beijo!
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